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Designação do projeto | Projeto SOLAR – Modelação do Sistema Terra no Atlântico Este

Código do projeto | PTDC/GEO-MET/7078/2014

Objetivo temático | Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação

Região de intervenção | Norte | Lisboa

Instituição Proponente | FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Instituição Participante | INSTITUTO SUPERIOR DE AGRONOMIA | MARINHA | UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Data de início | 1 de maio de 2016

Data de conclusão | 31 de outubro de 2019

Custo total elegível | 194.321,00 €

Custo total elegível UTAD | 3.120,00 €

Resumo |

O aquecimento global é um dos mais prementes desafios que a humanidade enfrenta no século XXI, uma vez que pode conduzir alterações dramáticas no ciclo hidrológico, tais como importantes modificações na precipitação média e a amplificação dos extremos de precipitação. O objectivo fundamental desta proposta é contribuir para um mais profundo conhecimento e uma quantificação detalhada dos principais mecanismos e sistemas que governam o ramo atmosférico do ciclo hidrológico no Atlântico Este, e para avaliar o impacto das alterações climáticas na precipitação média e extrema. Da mesma forma, pretende-se construir projecções climáticas de alta qualidade à escala regional para estudos de impacto e adaptação nos mais diversos sectores económicos.

Um conjunto novo de simulações climáticas globais (modelo EC-EARTH) serão realizadas, para o clima passado, presente e futuro. Estas simulações permitirão estudar a importância dos Sistemas de Correntes Este no clima global, e em particular perceber a relevância global das interacções e mecanismos de feedback entre atmosfera-terra-oceano nas regiões de afloramento costeiro/jactos de baixa altitude. Estas simulações globais serão também utilizadas como forçamento das simulações regionais como o modelo WRF, para os domínios CORDEX da Europa, África e Mediterrâneo. As simulações WRF incorporarão o esquema EDMF de convecção (Soares et al 2004), esquemas dinâmicos de água subterrânea e vegetação, e traçadores de água (nos 3 estados) para analisar a importância da reciclagem de água nessas regiões. Novos métodos, baseados na análise de processos em variáveis médias e PDFs, serão desenvolvidos para caracterizar a qualidade das simulações EC-EARTH e WRF, a sua sensibilidade às parametrizações usadas e quantificar a incerteza associada. Adicionalmente, o valor acrescentado pelas simulações regionais na descrição da precipitação média e extrema e das suas tendências locais e regionais será estudado.

O acoplamento do modelo atmosférico WRF ao modelo oceânico ROMS, incluindo o esquema de convecção EDMF, traçadores de água, esquemas dinâmicos de vegetação e água subterrânea permitirá a constituição de um Modelo do Sistema Terra Regional imensamente competitivo para aprofundar o conhecimento do ramo atmosférico do ciclo da água. Realizar-se-ão também, simulações regionais de alta resolução (~10km) centradas em dois domínios, Ibéria-Canárias e em Benguela, para os climas presente e futuro. Estas permitirão estudar o papel fundamental das interacções entre a atmosfera-oceano-terra nestas regiões, nomeadamente no que diz respeito aos processos de realimentação entre as nuvens de camada limite, o afloramento costeiro, a dinâmica da água subterrânea e da vegetação e dos jactos de baixa altitude. De facto, as regiões onde os jactos de baixa altitude ocorrem são das mais áridas do planeta, e.g. Benguela-Namíbia. Recentemente, Soares et al (2014) identificou um sistema de jactos de baixa altitude similar, e Cardoso et al (2015) mostra que no futuro é expectável um dramático aumento da ocorrência destes jactos nesta região, o que poderá intensificar fortemente a sua aridez.

Finalmente, com o programa de simulações e de análise espera-se contribuir para a construção de projecções climáticas, globais e regionais, para estudos de impacto e adaptação especialmente desenhados para utilizadores e decisores políticos. A informação climática que se obterá será de valor estratégico para decisões em muitos sectores económicos, nomeadamente, avaliação de risco associado a extremos de precipitação, gestão de água, energias renováveis, agricultura e pescas, e florestas.